Barros de Alencar
Hoje acordei
Emocionado e saudoso,
Meditando pensei
A graduação de um idoso.
É a minha primeira,
Por isso, a emoção,
Será a derradeira?
Só sabe o coração.
Estar aqui,
Não é mérito meu,
Diga-se assim,
É a somatória dos teus.
Senhor,
Como não cometer
Desamor,
E aos teus esquecer.
Primeiro a ti
Deus de amor,
Que olhas para mim
Simples pecador.
O que dizer de:
Delmiro e Estelina,
Que junto a ti,
Duas estrelinhas.
Méritos:
Edinéia, Terezinha...
Saudosas eméritas
Professorinhas.
Monsenhor Adelmar,
Professor Reinaldo,
Querido professor “Bolinha”.
Que ao entrar na sala dizia:
“- Iapoã, direto para o quadro!
Escrever professor?
- Não, de castigo.
Mais professor não fiz nada!
- Exatamente, hoje estou sem paciência
E antes que faça, fica logo de castigo.”
Dizia também:
“ - Ao saírem daqui
Direto para casa,
Nada de ficar conversando
Nas esquinas.”
Não entendíamos,
Mais obedecíamos,
Não sabíamos,
Era o inicio dos negros anos Setenta.
Oh! Nicolau Siqueira, entre todas a primeira;
Oh! Diocesano que ei sempre de amar;
Oh! Cefet do meu saber, novo lar.
Minha primeira
E única paixão,
Suely, mulher, frágil, guerreira,
Lugar eterno no meu coração.
Laura,
Continuidade
Com áurea
De toda verdade.
Professora Vera
Resoluta, decidida
Nessa década,
Fazer nossa despedida.
Professora Léa
A mim surpreende,
Não fazia ideia
De como a todos compreende.
Professor Jarbas
Meu mestre,
Com sua calma
É luz e meu teste.
Professor Marcos
Meu julgador,
Não algoz
Grande incentivador.
A todos os mestres
Das salas e da vida,
Que este peste
Admira na sua ida.
Peço perdão
Por ásperas e secas palavras,
Elas não revelam a emoção
Mais isto esta na cara!
Que disfarça
Quem nasce no sertão,
Com cara feia ameaça
Escondendo o coração.
Dos tanquinhos
Queria de riba,
Por um instantinho
Obrigado a vocês, a vida.
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